quinta-feira, 26 de abril de 2012

Natureza Morta



 


A novidade é que retornei às naturezas mortas. Segue a terceira que pintei, e creio que já está melhor que as anteriores. Estou pensando em depois escrever algo para acompanhá-la. O título ainda estou
pensando; Aión, Eternidade Egípcia e o Cinza Sempiterno? Já fiz alguns desenhos, assemblages de pintura e poesia, abordando essa questão: será que perdemos o sentido de eternidade egípcia?  Nessa natureza
morta todos os objetos estão pintados frontalmente e criam conjuntos. T de torre e tampa; P de peão, pote e pera; E de escaravelho e espelho. O escaravelho de outra espécie era cultuado no antigo Egito. O que está pintado é mais agressivo. Daí a torre para nos abrigar e proteger, ou o pote tampado para que se possa guardar algo. A maria-sem-vergonha gestalticamente exigiria um espaço plástico exclusivo. Mas a manifestação do cz semp, que cria um espaço plástico que permite que ouros objetos dele se incluam, absorve-a. Nosso olhar primeiro, por conta dessa flor, é logo sincrético. Vemos o todo. O olhar mais analítico se faz depois se quisermos. Isto também pela atmosfera que se cria entre o quadro e o pintor, como nos ensinou Cézane. (na foto isso pouco se vêm, mas com o quadro ao vivo percebe-se mesmo.) Temos, então uma questão topológica, pois há uma fronteira entre esta atmosfera e o espaço no qual nos orientamos. O curioso é que essa atmosfera tende mais para o azulado, mas há uma outra criada pelo espelho, essa mais amarelada. Duas atmosferas em processo de harmonização e desarmonização que criam uma dinâmica que se reorganiza em outro nível de realidade, e aí está o que sempre discuto, vida morte e ressurreição. E tem as questões temporais, no caso o Aión, ou o tempo das coisas, assim como está no Eclesiastes: "Todas as coisas têm seu tempo."

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