sábado, 17 de março de 2012

Opiniões sobre José Maria Dias da Cruz

A forma de um colorido – 2011
José Maria Dias da Cruz, além de grande artista plástico e estudioso da cor, é um grande mestre. Através dos exercícios propostos em suas aulas,  o aluno é capaz de perceber, no espaço plástico, e recriar, através da pintura, sofisticadas relações cromáticas e espaciais que antes não eram sequer percebidas. Isso possibilita o artista inserir-se na tradição cezanneana, onde José Maria se situa ou a aprimorar sua prática através do desenvolvimento de um “saber do olho”, o que é muito mais que uma simples ampliação da percepção visual.
Elaine Pauvolid – Poeta


José Maria é dos grandes conhecedores da cor, tendo inclusive
publicado, em 2001, o livro A cor e o cinza, onde expõe suas reflexões
sobre a cor, resumindo e traduzindo toda uma vida de experiência
pictórica. Sua pintura foi sempre altamente reflexiva, cada gesto
carrega algum tipo de pergunta sobre sua razão de ser no quadro. Suas
pinceladas de cor vão se integrando umas às outras, criando uma
unidade rítmica na superfície da tela. É um pensamento cromático,
altamente emotivo, que se desenvolve em cada uma de suas telas."

Luís Camillo Osório, crítico de arte e professor da UNIRIO - em A Arte
e seus desvios - Uma breve história da arte brasileira de 1960 aos
dias de hoje.
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Se entendermos o cubismo a partir do equívoco de Bernard, Cézanne não
é mesmo, de modo algum, precursor do cubismo. Aliás, mais do que o
problema da furtiva inclusão do cubo na história, toda a confusão gira
em torno de uma impressionante  cegueira para a cor, tal qual você a
enxerga em Poussin, Cézanne, etc., ou seja, de um primado absoluto da
forma sobre a cor. Enfim...

Edgar Lyra - Professor de Filosofia - PUC-Rio
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A forma de um colorido - 2011
Zé querido
Me pergunto, o que seria da vida, sem o seu imenso colorido ?
Certamente, menos generosa !
Beijos e saudades,
Denise (Araripe - Artista Plástica)
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   Oi, Paulinha! (Texto postado np blog
http://pesponteando.blogspot.com/search/label/Artes%20pl%C3%A1sticas )

   Entrevista maravilhosa; de tirar o fôlego, tanto nos faz
refletir... Não consigo deixar de ver o José, pintor que eu não
conhecia, igualmente como um poeta dos melhores, a expor inversos da
arte, pensando-os com o empenho do poeta ao escolher palavras,
consciente do mar de significados que cada uma pode representar.

   Nossa! Aprende-se muito lendo essa entrevista. Uma aula! Parabéns
aos dois! Bjs, querida Paula, e inté!
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A Forma dos coloridos - 2011

Voce possívelmente não deve ter idéia do que é, para quem não é José
Maria Dias da Cruz, colocar mais que uma meia dúzia de cores num
trabalho, e fazer com que sejam vistas.

De preferência ao mesmo tempo, com todas as contradições e
atonalidades que uma bomba pode causar. E, se a vista passear , tudo
bom..

Ricardo Simões - Artista plástico.
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Zé suas naturezas mortas sempre são muito vivas.Cheias de surpresas,
conexões entre os signos que nos levam a reflexão.

São como pequenas crônicas escritas em poesia e prosa.

E , sobretudo sua capacidade de se manter fiel ao seu pensamento
plástico , suas idéias, enfim, o que torna você o artista importante
que é.

Orlando Mollica - Artista Plástico
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309815_208086169263551_100001865082882_539400_1582447142_n.jpgAión ou eternidade egípcia – 2011

oi ze,

gostei mto dessas naturezas mortas. o fato dos ''objetos'' estarem
figurados em um nao espaco realmente me seduziu...um nao espaco e logo
um nao tempo...cabe bem ao aion, mas tbm ao kairon, o tempo oportuno q
se da com o espectador...

a arte eh incrivel mesmo, por causa desse encontro com o espectador q
a faz existir de fato. esse embate.

um grande beijo,
ana.

Ana Marcela França (Professora de História da Arte da PUC)
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Voltando ao seu quadro. Li o que o Milton Machado falou. Concordo com
ele. Esse seu quadro tem uma sofisticação incrível, enorme, sólida,
erudição, inteligencia e sensibilidade. Faz jus a quem você é, com
toda a sua história e trabalho. Os símbolos fortes, a sua presença
indiscutível, física. Voce nao aparece lá , mas está lá. Como as cores
que surgem nos seus quadros pelas outras. Você realmente é genial.
ELaine Pauvolid (Poeta)
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bom dia, Z

A natureza fica viva sobre a cadeira com a palhinha do Van Gogh, as
paredes de madeira na retaguarda, quadros contando passados, livros
empilhados, talvez roupas espalhadas, embalagens de máquinas que nunca
jogamos fora com medo de nos jogar fora junto. São pinturas novas?
apesar da egiptologia? Curioso, voltar para questões antigas, uma
espécie de refazenda, como quereria um Gil.

Essa natureza morta é muito enigmática. Contém um código que se recusa
à decifração. Coisas para grandes mestres do xadrez ou para leitores
de Edgar Alan Poe, do escaravelho de ouro. O que proporciona alguma
decifração é alguma espionagem, papel desempenhado pela Maria
(codinome), espiã muito sem-vergonha.

Vamos regando nossos jardins

abraços
Milton (Professor d e Hostéria da Arte da EBA-UFRJ e Artista Plástico )
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Meu Deus! O que é a potencialidade das variações em torno de um mesmo
tema? Cada época, cada zeitgeist, cada homem: e a supremacia do olhar
íntimo determinando circunstâncias. Isso talvez seja uma coleção
ilimitada de registros históricos. Você já estava num holandês do
século XVII. Mas isso pouco importa. O relevante é a expressão de uma
alma regida pelas próprias idiossincracias. Isso talvez seja também o
que muitos chamam de estilo.

Se você encontra apoio ou registro no Egito, pouco importa. Ele
poderia estar vindo da Babilônia ou de Creta. O relevante é esse fazer
incessante, promovendo qualidade, onde o percurso pesa mais do que a
chegada nisso ou naquilo. De certa maneira, jamais chegamos onde quer
que seja. O que há, na realidade, são escalas em pontos de repouso ou
satisfação momentânea, pois nosso destino é o caminho e impermanência
de todas as coisas. Aposte sempre no verbo ESTAR.
Quanto ao outro quadro: você, com suas abstrações, às vezes me evoca
William Morris. Há algo espiritual, além da forma, algo falsamente
ingênuo, prometendo combinatórias ainda indecifráveis, pelo menos para
minha cognição precária. Enfim, elas, as abstrações, transmitem paz e
isso é o bem mais precioso de qualquer homem.

Antônio Augusto Mariante - Escritor.

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O peão coroado - 2011
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José Maria,

voce fala em tempo,
esse é o aspecto que mais me chama atenção,
esse quadro tem o q eu chamaria de tempo denso ou espesso,
penso no tempo dos filmes de Tarkovsky,
um tempo lento q parece arrastado mas não por lerdeza narrativa ou
falta de fluencia,
mas sim pela densidade dos acontecimentos,

imagine o tempo como algo fluido,
porém muito espesso, então é com enorme força que um pequeno movimento se dá
e um brutal deslocamento embora em lenta velocidade,

me parece um grande feito plástico e pictórico,

o deslocamento ou descolamento das diversas camadas de sentido no quadro
se dá desta maneira lenta e com muita intensidade,
a cada pequeno movimento do olhar que parece poder estar travado em
certo momento
muito se revela, questões plásticas , históricas, conceituais , culturais.

parece ser o peso q Cezanne não queria abrir mão na sua dúvida,
dai fazer sentido sua consideração sobre os conceitos de tempo gregos,
de fato estão todos presentes,

seria essa talvez a questão central de Cezanne,
tratar desses aspectos , acho q Bergson trata disso no conceito de
duração quando o tempo pode se abrir de certa forma.

te congratulo pela coragem de resgatar linguagem e de certa maneira
reinventar-se sempre
e se desafiar constantemente, acho que a distancia te cria condições
favoráveis para isso..

[ ]s

Bob
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